quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Lume

Meia - noite. Hoje já é amanhã. Mas se fosse ontem também pouco importaria. Importa é que você aparece de novo. Hora da meia–noite. Se houvesse uma igreja aqui perto, os sinos tocariam. Ou lobisomens surgiriam. Ou Cinderelas cairiam. Ou, ou, ou. É de novo você. Por todas as meia–noites sempre permanece. Reaparece. Envelhece a dúvida. Rejuvenesce. Porque a noite já não é mais meia. Os lençóis já não são ásperos. Eu já não sou como antes da noite e meia em que meus olhos se fecharam para abrir cegos. Porque a noite é inteira. Tudo escuro. E eu andando no escuro sei andar. Quase não esbarro. E ando. Mais um pouco. Até que a luz invade minhas retinas e o escuro adquire matizes e eu, deslumbrada, com palavras, tento repetir o que sinto ao abraçar quem eu amo na noite escura.

2 comentários:

  1. roberta, ouvi falar de suas palavras, resolvi dar uma olhada, a noite sempre da o que falar.. inté!

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